domingo, 20 de abril de 2014

Registro de reflexões. Pingos.









Uma casa no campo. O que isso pode significar?
Trabalhar muito. Isso faz bem?
Acordar bem cedo. Pra quê?
Coisas da fazenda.
Tornar-me outra.
Amar o que se faz.
Amar o que se tem de fazer.
Você não começa a viver até perder tudo o que tem.
Um amigo de verdade? Mas, o que é isso?
Um trabalho voluntário no fim de semana? Talvez isso ajude.
Precisar. Eis o X da questão.
Viajar com meu sobrinho. Quero mesmo isso. Amo o meu sobrinho.
Pelo resto da minha vida. O que é isso?
Almoçar no parque. Como um piquenique com alguém que você ama. Todos os dias.
Entender sobre tudo. Ou sobre alguma coisa. Importante.
Gastar com alguém que esteja realmente em dificuldades.
Quando alguém está doente, realmente doente, tudo muda.
Remissão.
O valor do dinheiro?
Queria ser como uma criança com Deus.  Não sou. É uma pena.
Não me arrependo mesmo de estar acordada a essa hora. São 3h54 da manhã. Assistindo O presente. Filme inspirador.
Eu quero ser uma pequenina. E quero uma mãe. Mas, o tempo não volta assim.
“O maior presente que ela me deu foi a vontade de seguir em frente, de superar”.
Em qualquer processo que vale a pena passar ficará mais difícil antes de ficar mais fácil. Isso é o que torna aprender um presente. Mesmo que a dor seja a sua professora.
Construir uma biblioteca. Num local necessitado.
Levar Enzo para viajar sem dúvida.
Ensinar uma comunidade a ler. Qual? Como?
Reclusão. Por um tempo. Um bom tempo.
É tudo tão idiota. Aqui as coisas começam a parecer sem sentido. Tudo.
Quando eu realizei meu sonho era como estar indo pra casa, para um lugar que nunca tinha ido antes. Já sentiu isso?
Um dia percebi que se eu contasse sobre coisas reais ia parecer fantasia. Se eu contasse sobre as fantasias ia parecer real.
Pensar em borboletas. Deus as pinta, cada uma, com os próprios dedos.
Olhar as estrelas.
Coisas simples e grandes.
Meu sonho era um dia perfeito... Meu sonho era estar com pessoas que eu amasse, que se amassem e que me amassem...
Estou começando a desfazer complexos dispositivos traumáticos que me fazem amar demais pessoas que nem podem ser amadas desse jeito. Porque não são essas pessoas necessariamente os objetos desse meu amor. São lindas... Mas não são elas. Não mesmo mil vezes. Risos.
Quero um casaco e um gorro. Quero mais do que isso. Quero ficar bonita de casaco e gorro. Risos novamente.
Meninos não têm idéias. Adorei. Vou morrer sem melodramas. Muitos risos dessa vez.
Ei, você tem que entender uma coisa. Mesmo que não tenha sonho próprio, você realizou o meu. E isso conta muito.
Já assistiu a um filme e teve a sensação de não querer que ele acabasse?
Você tem que admitir: mesmo que não tivesse nada para escolher além dela, você ainda seria um grande vencedor. Não estrague tudo. Conhecendo você, é provável que faça isso.
Honestamente eu não sei se eu tenho o meu próprio sonho. Mas, sei que eu posso ajudar os outros a realizarem os seus. Disso eu não tenho dúvida.
Em minha opinião, o amor de amigo é sempre muito maior do que o amor de um homem ou de uma mulher.
Mas, será que Deus não pinta as nossas vidas, cada uma delas, com os dedos também?
Ah! Se a gente sempre confiasse e deixasse isso acontecer... Abrir o coração para a vida, e para o sim do amor.

sábado, 19 de abril de 2014

O que vai cair na prova, professor?



Se a vida é uma prova
Por que não tive aula ou revisão?
Nem sei do que se trata
E nem posso fazer recuperação.

A vida é avaliação
De quê mesmo, meu Senhor?
Porque não me lembro
De nenhum livro ou professor.

É folha em branco
Pra fazer redação
São perguntas e respostas
Sem prévia, sem lição

É por isso que eu opto
Por chutar ou colar
E tem outro jeito
Pra sair do lugar?

Nem pude perguntar
O que vai cair na prova, professor?
E estou apavorada
Desde quando começou

Esse zero é certeiro?
Então eu nem vou mais tentar
Levanto a mão: terminei,
Pode vir (me) buscar.



sexta-feira, 18 de abril de 2014

Coisa de gente doida?... Coisa de gente!!! Coisa minha!!

 
Saí da casa de minha mãe aos 22 anos. A primeira casa onde morei era um quartinho na laje de um prédio, muito pequenininho. Mas, de onde guardo muitas recordações e muito carinho. A segunda casa onde morei era linda. Eu e Adna dividíamos o aluguel, sempre. E dividimos as despesas com a mobília. Ficou espetacular. Tudo era lindo, mas o sofá era o que tínhamos de mais esplendoroso. Todo mundo que entrava lá pela primeira vez dizia: que casa linda!! a casa de vocês é muito linda!! E a gente ficava cheia de satisfação pela realização. Dava gosto mesmo.
Uma vez entrou um rato lá. Ficamos aflitíssimas. Espalhamos pega-tudo por todos os cantos da casa. Adivinha onde ele foi inventar de dormir? No sofá!! Ai, meu Deus do Céu! Ele roeu nosso sofá.
Até dava para esconder os locais roídos com as almofadas. Mas, lá no meu coração eu sabia que não era a mesma coisa, um rato tinha passado por ali e tinha feito estrago. Nem queria mais ver o sofá... Era o meu sofá, o rato não podia ter feito aquilo. Poxa!! Agora, não presta mais. É!! Parecia mesmo uma criança mimada que acaba de ver seu brinquedo predileto na mão de outra criança. Eu sou assim. Sempre! Mimada, birrenta, chata, ciumenta. Criança toda.
Não estava tão chateada pelo sofá em si, mas por não poder gostar mais dele como gostava antes, porque ele não era mais o mesmo. Aí, no coração, eu carregava o vazio do lugar do sofá de estimação, que agora tinha de ser desprezado. Eu queria a estima. O sentimento de estima me agradava. Não queria deixar de senti-la. Mas, já não podia mais senti-la porque o objeto da minha estima já não me causava tanta estima assim. O espaço vazio da antiga estima doía.
Por diversas circunstâncias depois disso, ou por imaturidade mesmo, pouco tempo depois, eu e Adna repartimos a mobília. Ela voltou para casa da mãe. Eu dei parte da minha mobília para minha irmã e outra parte para minha mãe, inclusive meu sofá. Minha mãe tem cachorro. O sofá é outro. Mesmo.
Fui morar sozinha numa casa menor. Até hoje não tenho sofá. E as saudades daquela casa é imensa. Era o meu lugar. Era o meu sofá, rato maldito.