terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vivendo e aprendendo...

Ontem a noite minha irmã sofreu um pequeno acidente. O espelho quebrado caiu bem em cima de seu pé. Muito sangue. E eu que não suporto nem mesmo ouvir falar, comecei a gritar desesperada: "deita no chão e coloca o pé pra cima". Minha irmã só conseguia rir muito e não fazia nada a não ser apertar o ferimento. Já estava formando uma poça de sangue no meio da sala... E eu só gritava, repetidas vezes, em tom de apelo: "Adna, deita no chão e coloca o pé pra cima, foi Gaby quem disse, Gaby me ensinou". Gaby é minha irmã mais nova, ela ainda vai fazer 9 anos. Ela tinha dormido lá em casa no último final de semana e, em uma de nossas conversas, ela me disse que se alguma parte de meu corpo sangrar, devo levantá-la acima do meu coração, que isso faria parar. Era só disso que me lembrava naquele instante. Não sabia o que fazer e vendo-a rir comecei a ficar mais nervosa ainda. Foi quando ela me disse: "liga pra Nivaldo". Nivaldo é nosso cunhado. Ele é enfermeiro. Corri para ligar e chorando perguntei a ele o que eu devia fazer. Ele me disse: "manda ela deitar no chão e colocar o pé pra cima". E eu, simplesmente, gritei mais uma vez: "deita no chão e coloca o pé pra cima". O sangue parou de jorrar no mesmo instante.
Não sei o que esse episódio te diz, mas a mim diz muita coisa.
PS. A garota da foto é Gaby.

3 comentários:

  1. As vezes existem situações das quais não estamos habituados a passar ou, muitas vezes, queremos distância por compreender o sofrimento do momento, ou nos iludimos em imaginar que tudo vai sempre permanacer da mesma forma. Passei uma experiência há um tempo com minha mãe. Ela adoeceu de maneira súbita a ponto de ficar internada e, de repente, me vi no hospital acompanhando-a. Foram quatro meses. Hoje, ainda carrega consigo resquícios desse passado próximo, mas o que ficou pra mim, disso tudo, e para ela também, foi que na grande dinâmica da vida temos de estar prontos, pois situações análogas a essa, inesperadas e tensas, podem surgir e pessoas queridas precisarem de nossas forças. A vida pode parecer um pouco com o tempo em ter seus momentos de sol e tempestade. Mas tudo passa, ficando o aprendizado. Nesse caso é interessante perceber como a falta de complexo de uma criança é tão salutar.
    Fica bem, Lai!
    Abraços!!!

    ResponderExcluir
  2. Em suma: Coloque as mãos para cima, olhe para Deus e seu coração (cheio de dor, sofrimento e desespero) parará de sangrar..

    ResponderExcluir
  3. Sabe, eu não disse antes, mas o que isso significou pra mim é simples: a gente dá muito valor a títulos, idades, posições e se esquece que a falta dessas coisas, no fundo, não desqualifica ninguém. Adna costuma dar muito valor a "pessoas qualificadas" e nenhum valor a pessoas que não possam comprovar sua sabedoria. Ela acaba, com isso, sendo facilmente levada por aqueles que fingem muito bem, por exemplo. Mas, o pior, ela acaba deixando pessoas valorosas passarem pelo seu caminho despercebidas... Importância, valor - a gente precisa entender que todos tem de maneira muitíssimo especial. E precisamos destacar isso sempre. Nivaldo é enfermeiro... Ela poderia ter perdido bem menos sangue se desse ouvido a voz de uma criança.

    ResponderExcluir