terça-feira, 13 de dezembro de 2011

É um paradoxo!


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luís de Camões

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Igualdade. Muito bom!

“Igualdade” é uma das muitas palavras que suscitam paixões mais por suas conotações do que por seu significado: um significado extremamente difícil de definir e muito controverso. Confesso abertamente que não sou diferente do resto da humanidade nessa questão. Sempre que ouço a palavra igualdade usada num contexto político, reajo como um cavalo diante de um obstáculo que não quer pular: refugo.
E isto por mais de uma razão. Pessoalmente, não confio em igualitários. Especialmente se são intelectuais. Raras vezes encontrei um intelectual igualitário que me surpreendesse por ser uma pessoa realmente indiferente ao seu próprio status, e que, por conseguinte, aceitasse de bom grado mesclar-se humilde e despercebidamente com a massa. Assim como os filósofos que negam a realidade da identidade pessoal (e há muitos) em geral não permanecem de todo indiferentes ao nome nos cheques que recebem como pagamento pelas suas publicações, também os igualitários falam em favor da vitória – a deles – pelo menos tanto quanto falam em favor da verdade. Às vezes parece que nenhum filósofo vive como se acreditasse que o que diz seja verdade.
Embora às vezes até tentem os igualitários raramente conseguem sofregar a sua ânsia de dominar. Marx e Lênin, dois igualitários bastante conhecidos, sequer tentaram. Claro: nenhum ser humano é capaz de alinhar completamente a sua vida aos seus princípios. Eu, por exemplo, acredito na cordialidade, mas não posso afirmar que sempre fui ou serei cordial. A única maneira de eliminar totalmente a hipocrisia e a impostura da vida humana seria abandonar quaisquer princípios. Só que a pessoa que adota como meta política, princípio e paixão dominantes algo que representa uma violência contra os desejos igualmente dominantes do próprio coração flerta com o desastre: abre caminho às racionalizações mais elaboradas e, fundamentalmente, mais absurdas para justificar a prática do mal em nome de um suposto bem. É por isso que se conhecer a si mesmo, ou prestar atenção aos movimentos da própria alma, como diz Samuel Johnson, é extremamente importante. Se você sabe, no mais íntimo do coração, que quer ascender aos olhos do mundo, ocupar um cargo de importância, ser melhor que a maioria e não ser pior do que ninguém, ser admirado por todos, e assim por diante, não é bom fingir que é um igualitário. Tal pretensão cedo ou tarde acarretará uma deformação medonha do seu caráter e a destruição da sua probidade intelectual.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Parece que a história se repete...

Hoje estava lendo alguns emails em minha caixa de mensagens enviadas e encontrei o texto abaixo, que escrevi 2007 quando tinha 21 anos de idades, foi uma discussão calorosa e reflexiva.
A fim de preservar a identidade da pessoa para quem escrevi o e-mail, pus um nome fictício. Mas tal fato não afetará o impacto da mensagem, vale até uma resenha.
Resumindo o fato, estava indignado com as atitudes da moça.

kk, Oi Petruska, tudo bem, que atitude ridícula a sua de ignorar-me pelo orkut, mas como disse: a sua. Não vejo motivo para uma atitude dessa, mas como não estou na sua cabeça para ficar lhe julgando, vc é quem sabe! Espero que estejas bem, não precisa ficar preocupada com os recados no orkut, porque eu não iria lhe escrever nenhum desaforo a mais. Só falei a verdade, a minha verdade, que vc deixou bem claro não ter gostado, dói ler a verdade. Vc é jovem eu também, temos muito que aprender ainda sobre maturidade.
Só uma dúvida? porque vc apagou o recado do orkut? vc também é arrogante? ou é perfeita demais para não deixar transparecer o seu erro, não sou perfeito, mas também não preciso de alguém para ficar apontado meus erros, como vc também não precisa de alguém para ficar apontando os seus. Vê se cresce e aparece... quando quiser falar com vc encontrarei um jeito, ser ignorado no orkut, só demonstra sua fragilidade, medo do quê? receio? só vc sabe! E antes que me esqueça, não tenho mais uma conta no orkut para vc se preocupar.
Fique na paz também e pare de fugir, evitar as pessoas também é ser antipático, fingir que alguém não existe é se achar melhor que ela, ignorar alguém é tão podre e arrogante quanto não olhar nos olhos de um mendingo. Pare de achar que só existem pobres no mundo, existem mentirosos também e a maioria deles vivem nas ruas.
Não estou chateado com vc, estou puto da vida, o que é pior. Mas não pense que lhe desejo mal, que tudo lhe vá bem.
Sucesso é o meu desejo a ti. Outra coisa, tudo que vai volta, o que é para ser nosso ninguém toma. Vê se não some, presta atenção: Não se finja de maluca e não tente se esconder, quando quiser, se quiser, dê um sinal de vida.
Na oportunidade peço-lhe desculpas pelas palavras ofensivas, não é normal em mim ser tão ignorante, vc ainda não passou dos limites, mas está chegando perto, dá raiva só de pensar.
O que me deixou mais chateado foi o fato de pela quarta vez, vc dizer: se vc esta fazendo alguma coisa para casar comigo desista!
Vc disse isso uma vez, e continuei o mesmo, disse a 2ª uma 3ª vez e continue de boa, mas agora foi a gota d'água, vc tira tanta onda que eu sou isso sou aquilo e vc cometeu a mesma burrice pela 4ª vez, nós não tinhamos combinado que iriamos nos conhecer como amigos?
Quanto a sua familia, que se exploda o comentário, seja autêntica, eles jogaram verde... e não colheram maduro, porque não tinha fruta, pode mudar esse discurso batido de que eu fiz pensar A ou B, segure seu pepino.
O problema é seu se não quiz me dar para descascar. Como é que conseguirei ser amigo de uma pessoa que só fica na defensiva, acorda para a realidade nunca lhe fiz mal, não permita que o mal se ponha entre nós, não fazemos mal um ao outro, só precisamos parar para acertar.
Um abraço.
Petrusko Pedreira

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A não ser que o amor seja tudo isso...


Aos casados há muito tempo, aos que não casaram, aos que vão casar, aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar, aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar…
Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí?
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que? O AMOR… Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.
Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de qualquer coisa, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência… Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, 'solamente', não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande, mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!
(Autor: Artur Távora)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vou parar um pouco por aqui...
Não sei quando vou retornar...
Beijuuuuuuus!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Quem se importa?

Ninguém tem tempo pra se importar... Os valores mudaram... Se importar é coisa de quem não tem o que fazer... Jesus vivia pra se importar, o resto era secundário... Ou melhor, Jesus vive pra se importar, o resto nem existe... Quem se importa?... O homem vive para si, se importar é secundário... Quem sabe o que é o amor?... As pessoas têm dificuldade de separar amor fraternal de amor entre homem e mulher... Pra mim, isso é impossível... Não estou dizendo que não existe diferença... Na verdade, estou dizendo que pode até existir diferença, mas eu não consigo vê-la... Quando eu digo que amo alguém, seja homem ou mulher, mãe, pai, irmão, irmã, amigo, amiga... Sempre que digo que amo alguém, estou falando do amor fraternal... Nunca senti amor diferente desse... Não sei o que é amor que não seja esse... E sempre disse isso... Isso já foi tema de discussão entre eu e meus amigos muitas vezes, lá pelos idos de 2005, 06, 07, 08... Eu já me senti fortemente atraída por dois rapazes que eu amava... Ainda os amo... Mas o amor que sinto é o único amor que já senti na vida: amor fraternal... Será que amor fraternal com umas pitadas de atração física é outro amor? Se for assim, já senti outro amor... Mas, não acho que atração física tenha alguma coisa a ver com amor... Já senti atração física por alguns outros rapazes que eu não amava, alguns que eu nem conhecia... Não entendo muito bem o que seja o amor... Quem sabe o que é o amor?... Esse amor fraternal que sinto e que sempre senti nunca foi amor verdadeiro... É tão diferente do de Deus, mas tão diferente do de Deus, que eu não teria receio nenhum de dizer que não amo nem nunca amei ninguém... Pois, afinal, comparando o meu amor com o de Deus, ele não é nada, absolutamente nada... Pra falar a verdade, é até ódio... É um amor cheio de egoísmo, de um não se importar de verdade, de distância, de tédio... Sei não... Quem se importa? Quem ama? O amor é secundário no mundo dos "humanos". Eu queria me importar...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Recado da Painera

“Vejo minhas sementes voadoras seguirem adiante, ao sabor do vento. Com pequenos flocos de neve, elas seguem pela floresta e espalham quem sou. A princípio pensava que elas eram minhas, somente minhas, e cada vez que se destacavam dos meus ramos eu sofria. Por que deveriam se afastar de mim? Por que precisariam ir embora se são, para mim, tão caras? Por que deveria deixar que se fossem, uma vez que nunca mais retornariam? O mais curioso é que eu sempre sofria, e nada mudava. Atendendo ao convite da natureza, elas sempre se soltavam dos meus galhos e iam embora quando era chegado o momento. Nada mudava, inclusive minha dor. Hoje sei que faz parte de uma sabedoria maior, minhas sementes voadoras seguirem seu caminho. Já não sofro mais e me despeço com felicidade. Deixo que sigam, completando o ciclo da vida. Elas levam beleza a toda parte. Elas cumprem seu destino. E me levam consigo para onde quer que possam ir.”

Kau Mascarenhas

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Você tem experiência?

No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: "Você tem experiência"? A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos.

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar. Já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto. Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro. Já me cortei fazendo a barba apressado. Já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas. Já subi em árvore pra roubar fruta. Já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas. Já escrevi no muro da escola. Já chorei sentado no chão do banheiro. Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando. Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado. Já me joguei na piscina sem vontade de voltar. Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios. Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso. Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua. Já gritei de felicidade. Já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol. Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: "Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência...experiência... Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? "Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?".

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tive que fazer uma escolha difícil esta semana.

Sou uma garota difícil, digo, complicada. Como todos, tive problemas diversos em minha infância que hoje são como blocos na constituição da minha alma. Esses problemas se tornaram traumas, bloqueios, cicatrizes que se abrem facilmente. É normal. Todos têm. Mas, o meu trauma maior tem que ver com relacionamentos. Tenho facilidade de cortejar e de ser cortejada, mas tenho terrível dificuldade de permitir que passe disso. Tenho medo. Costumo dizer que quando penso em casamento, penso como se aquele tapete vermelho fosse o caminho da morte ou da escravidão/sujeição. Não queria que fosse assim. Não escolhi isso. Mas, as edições em minha mente estão distorcidas. Sei que a realidade não é essa. Sei que preciso reeditar a minha mente. E, para isso, preciso parar de ter medo. Há quem diga que é fácil mudar. Não é não. Uma escritora, de quem gosto muito, disse que não temos o direito de julgar o comportamento dos outros, porque não vivemos as mesmas circunstâncias que eles viveram até aqui. Talvez, se tivéssemos vivido as mesmas experiências fôssemos iguais a eles.
Apesar de ter esses problemas, não sofro de autocomiseração. Então, costumo fazer piada de minha própria situação e olhar com bons olhos, buscando tirar proveito de tudo. O pior é que, como disse antes, tenho facilidade de cortejar e de me permitir ser cortejada. Então, é como se eu colecionasse garotos. Porque, quando eles desejam casar, eu fujo e eles correm atrás. E eu, pra não chorar (juro), dou risada com a situação. E saio como “a miserável”, “sem coração”.
Minha mãe, no último final de semana, me deu um sermão. Ela disse que eu ia pagar caro pelo mal que eu fazia a eles. “Eu não faço por mal, mãe”, eu disse. Mas, ela disse que o bem ou mal que a gente faz tem preço, e é caro. É... Concordo que isso não faz bem a eles, mas não faço por mal. Fiquei meditando nas palavras de minha mãe. Depois, ela me ligou e disse que nós temos dificuldade de perceber que o que fazemos é errado.
Eu sempre sou sincera... Acho até que sou sincera demais. Todos eles conhecem os meus problemas, os meus milhões de defeitos. Todos sabem que apesar de querer mudar, eu não consigo. E, por mais que eu dispense a ajuda deles, eles insistem em permanecer tentando.
Tive que fazer uma escolha difícil esta semana.
Existem pelo menos três garotos que ainda querem se casar comigo. E esperam por isso. Graças a Deus os outros já estão casados agora. Eu estava gostando de um novo garoto (diferente destes três). E, como sempre, muito otimista, eu acreditava que com ele eu seria diferente, que eu mudaria, que daria certo. Mas nunca disse isso a ele. Eu estava decidida a dizer antes da conversa com a minha mãe.
Tomei uma decisão: não vou colocar mais ninguém em minha vida, não vou tentar de novo. Dentre os três garotos, escolhi aquele que eu mais fiz sofrer e que por mais tempo persevera.
Eu o amo. Eu o conheço desde quando eu tinha 11 anos. E namoramos desde quando eu tinha 15. Tem cerca de 10 anos que ele me espera declaradamente. Ele errou muito comigo também. Mas, não estou aqui para julgá-lo. Como sempre, costumo preferir perceber os meus erros, porque sobre estes sim eu tenho influência certa.
Preciso de um Libertador, sem dúvida. Mas, antes preciso aceitar ser liberta.
“É com tristeza que enterro a oportunidade da mudança com você. Mas, é com felicidade que te poupo de uma possível derrocada, garoto novo. Beijos sinceros em seu coração.”

terça-feira, 5 de julho de 2011

Tem dias que sinto uma saudade forte de você...
Queria que você soubesse.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Noite passada...

Tive um sonho estranho esta noite (os sonhos normalmente são estranhos). Eu estava em uma fila de espera absurdamente imensa porque eu tinha chegado de uma viagem cansativa e estava com muita fome. A fila era para almoçar. Depois o sonho mudou e eu estava numa fila de espera absurdamente imensa para me vacinar contra uma doença muito perigosa que estava assolando. E nos dois sonhos eu não conseguia. Acabava acontecendo alguma coisa que me tirava da fila e eu não conseguia ser atendida.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Querido Diário,

Ele disse: Quero voltar com você.
Eu disse: Estou gostando de outro.
Ele disse: E esse outro gosta de você?
Eu disse: Não sei.
Ele disse: Vamos fazer o seguinte: descubra se ele gosta de você... Se não, volte pra mim.
Ele chama isso de Psicologia do Amor. rs

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tudo passa...

Estava fazendo faxina lá em casa e precisava me desfazer de algumas caixas que entulhavam minha sala. Uma delas estava cheia de cartas que passei a colecionar em 2005. Como eu costumava mandar muitas cartas, eu recebia muitas também. Tinha mais de 300 cartas naquele caixote. Decidi me desfazer. Há muito tempo venho tentando tomar essa decisão e consegui no domingo passado. Joguei fora a caixa. Só que no meio da semana, continuando a arrumação, encontrei uma maleta e quando abri, advinha? Mais cartas. Essas, eu decidi ler uma por uma antes de jogar fora. Algumas me emocionaram muito. Algumas falam mais de mim do que do autor. Essa aí embaixo, por exemplo, me fala que sou igualzinha hoje como fui há cerca de quatro anos atrás. E até me ajuda a provar a um de meus pretendentes (ex-namorado) como sou uma menina complicada de lidar. Ele não acredita em mim. Eu me prefiro como amiga do que como namorada. Não namorei o carinha da carta aí embaixo. Ele quis muito, mas meus problemas foram maiores do que o seu amor e a sua paciência.
A questão toda é que não consigo me apaixonar, amar, me entregar a um relacionamento de coração aberto. E passo a ser outra pessoa se alguém deseja isso de mim – uma pessoa cabeçuda (rs). Na minha cabeça, fui feita pra ser amiga, muito mais que namorada (rs).
Estou gostando de um rapaz, talvez ele nunca descubra isso. Talvez ele leia isso e pense que eu estou falando de outra pessoa. Às vezes, na minha ilusão de menina, penso que com ele eu daria certo. Mas, isso logo passa. Tudo passa.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Salvador, 23 de junho de 2007

Cara Senhorita Laíne

Perdoe-me a audácia em dirigir-lhe esta, mas não vejo outro meio imediato de comunicar-lhe um terno sentimento que me avassala o coração, o qual, anteriormente, entretanto, tentei expressar por insinuações, olhares e minha própria atitude, mais eloquente que palavras. Entretanto, a prezada Senhorita, se percebeu, não o manifestou, ou talvez não me haja dado atenção devida.
Pode parecer-lhe estranho que, estando em seu convívio quase diariamente, não lhe tenha eu expresso em palavras diretas e firmes o que sinto a seu respeito. Mas é que, ou por timidez ou respeito, ou algo inexplicável, a própria comoção, que me embargue acaso a voz, não consigo fazê-lo senão por estas linhas.
Provavelmente o receio de parecer-lhe ridículo ou de que não me aceite, pelo menos de pronto, ou até me repila, todos estes obstáculos vêm travando-me a palavra.
Mas, verdade seja dita, desde que a reencontrei, há muitas semanas, sua simpatia, sua beleza e uma afinidade incoercível, irresistível, me tem escravizado a sua pessoa, por assim dizer, sem que eu consiga dominar meus sentimentos. A princípio pensei que fosse simples atração ou admiração por suas virtudes, ou irresponsabilidade minha de rapaz. Mas, hoje, não tenho mais dúvidas, é amor, sincero, puro, inabalável, incontível.
Sua bela figura, suave como um anjo, não me sai do pensamento, todas as horas, todos os instantes, no trabalho de casa, no estudo; e, quando consigo dormir, depois de muito pensar em quanto lhe quero, visito-a em sonhos. Sou feliz ao meu modo, assim, até certo ponto. Mas só o seria de fato pela confirmação do afeto que me inspira, ao saber que me corresponde neste amor, muito mais imenso que o posso descrever.
Pronto, Laíne, não há mais segredo de minha parte. Já sabe que tem em mim um admirador, um servo de seus encantos, irresistivelmente, irremediavelmente perdido de alegria.
Queira Deus, meus sonhos não se desfaçam, a desilusão amarga não me torne triste e desesperado. Fui leal e sincero: amo-a e quero ser correspondido. Não me deixe sofrer nesta angústia da dúvida cruel que me sufoca, que me traz o ser contrito amargurado. Responda-me, por favor, e diga-me que também sou amado, amado pela dama de meus pensamentos, pela moça de meu coração e eleita de meus afetos.
Pare de afirmar para si mesma que não sente vontade de ter um homem ao seu lado, não viva em função do passado, o perigo já passou, a sua vida começa agora, eu não admito perder para as más lembranças o seu coração. Permita que Deus aqueça seu peito com brasas vivas de felicidade, agora é a sua oportunidade de ter a família que você sempre quis. O amanhã começa hoje, vamos construir juntos o nosso futuro com Deus. Abra seu coração e perceba que lhe completo como você me completa, você merece ser feliz, será que não entendeu ainda? Sou o seu homem. Nunca foi plano de Deus que vivêssemos sós. Você não vai ser mais pecadora por ter um namorado, seja corajosa e me assuma como seu namorado, se todos os homens são iguais, por que as mulheres escolhem tanto? Não existe uma pessoa solteira que seja plenamente feliz, se pensar bem, verá que tenho razão: o cristão sofre porque não aceita a vontade de Deus, ora pedindo cura e morre, pede um emprego e só ganha promessa, pede paciência e sempre tem alguém perturbando, pede paz e aumentam as brigas. O ser humano não entende, mas Deus sempre responde. O que parece um erro de Deus, na verdade são seus métodos para que desenvolvamos o que pedimos.
Agora pense! Justo na época em que você se julga bem solteira e sem nenhuma necessidade aparente, Petrusko aparece... agora conviva comigo, vou pegar na sua mão, lhe beijar, porque íntima união e apego afetivo deve existir nesta relação.
Amo-a, é tudo. Quero, porém, ser amado por sua encantadora pessoa, e aqui está a grande dúvida. Duas linhas suas, um olhar, um aviso, qualquer coisa, me diria o que pensa de meu afeto, e do que julga de mim. Seja caridosa e compassiva, faça de mim o mais feliz dos mortais.

De seu namorado
Petrusko Pedreira.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Estou com saudades de alguma coisa que nunca experimentei e, por isso, nem sei o que é ao certo. Você já sentiu isso?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A dor, esse dom que nada anela

Sempre considerei que a dor é um inimigo, até que li o livro do cirurgião Brand: "A dor, esse dom que nada anela." (El Universitário, pag.31)
Ele se refere ao caso de Tanya, uma menina encaminhada a seu consultório, com uma bandagem sobre o tornozelo torcido. O médico moveu o tornozelo com liberdade em uma e outra direção. Chegou a fazer movimentos extremos, mas Tanyz não os notava. Retirou então a bandagem, e descobriu que estava infectada com feridas em ambos os pés. Novamente examinou o pé, pressionou suas feridas até chegar ao osso. O doutor queria ver se havia alguma reação em Tanya, mas ela se mostrava bem entediada.
Sua mãe, então, contou ao doutor alguns dos episódios de Tanya quando tinha dois anos: "Poucos minutos depois, fui ao quarto de Tanya e a encontrei sentada no chão. Desenhava círculos vermelhos com seus dedos sobre um plástico. Na hora não me dei conta, mas quando me aproximei, gritei espantada. Era algo horrível. Tanya havia machucado a ponta de seu dedo e estava sangrando, e era essa a tinta que estava utilizando para fazer seus desenhos. Gritei horrorizada: 'Tanya, o que está fazendo?' Ela me sorriu e ali compreendi tudo ao ver o sangue manchando seus dentinhos. Ela mesma havia mordido o dedo e estava brincando com seu sangue."
Durante vários meses os pais de Tanya se certificaram de que ela não morderia mais os dedos. Mas ela os foi mordendo todos, um a um. O pai chegou a chamá-la de "o Monstro". O Dr. Brand escreveu: "Tanya não é um monstro, mas um exemplo extremo, uma metáfora humana do que pode ser a vida sem dor". Este cirurgião chega a conclusão de que "a vida sem dor nos pode produzir um dano enorme."
"A dor nos indica que estamos enfermos e que necessitamos de ser curados. Se não há cura, nossa enfermidade de pecado pode acabar conosco." Parece que assim é como Deus vê a dor. A aflição chama constantemente nossa atenção de que estamos em uma condição terminal. Mas há uma cura disponível para os que padecem e anelam viver sem pecado, sem dor: JESUS.

(desconheço o autor)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Diário de Anne Frank. Recomendo.

Li este livro faz poucas semanas. É só um diário dos tempos da Guerra. E a dona do diário era judia. Ela estava escondida dos alemães com sua família e alguns amigos. Ficou escondida por dois anos. Mas foi encontrada, levada para um campo de concentração – onde passou cerca de sete meses - e, quando faltava apenas duas semanas para a guerra acabar e os judeus serem libertos, ela morreu. Isso tudo faz do diário dela um importante documento sobre a guerra e um livro que vale a pena ser lido.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

É só um diário.

Alguém poderia se perguntar: “Por que um blog?”
Eu me fiz essa pergunta. E descobri que é só um diário online. Não é normal você deixar o seu diário ao alcance de todos em cima do centrinho da sala de visitas de sua casa, ou como se fosse uma revista na sala de espera de um consultório médico. Assim, não é tão necessário que alguém leia os seus posts. O blog é como o caderno, simplesmente. Só que moderno.
Às vezes escrevo com a vontade de que alguém se interesse, assim como nos meus cadernos em casa. Mas, depois de pensar sobre o assunto, sinto-me bem pelo simples fato de poder registrar.
Escrever, pra mim, é como terapia. Alivia.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Que garota linda!

Era uma festa no Colégio Teixeira de Freitas em Salvador. Isso foi há aproximadamente 30 anos. Ela era a mais linda e todos os garotos queriam ficar com ela. Ele foi quem conseguiu. E hoje estou aqui: Laíne Kelve Sales Sousa Santos, 23 (quase 24) anos. Valeu, tio!
PS. Não, não eram meus pais. Foi meu tio e minha tia quando se conheceram. Depois disso ainda há uma longa história. Mas, foi exatamente assim que começou. Ele – irmão de minha mãe. Ela – irmã de meu pai. Os fatos se desenrolaram espontaneamente, e eu nasci. rs
Amo histórias que são conseqüências de começos tão simples, quase evitáveis. É como o efeito borboleta. E se eles não tivessem se conhecido?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Minha mãe!

Sandra (de origem grega) significa:
Mulher que ajuda, protege, defende a humanidade.

quarta-feira, 25 de maio de 2011



Acho que o mundo é um grande campo de concentração.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma reflexão importante...

Sabe o sofrimento de uma mãe quando seu filho deixa de lhe dar ouvidos porque descobre que no mundo existem milhares de pessoas que sabem mais que ela? Depois de ser a única na sua vida por tanto tempo, começa a ser a última a quem você dá ouvidos. As coisas que outros dizem ou o que você lê nos livros fazem muito mais sentido pra você do que aquilo que sua mãe lhe diz. Mas não era ela quem te ensinava tudo até aqui? Não era ela o seu mundo? De uma hora para outra, num intervalo de tempo que ninguém notou, você começa a se achar muito mais sábio, e passa a querer ensiná-la, tratando-a como se ela fosse a imatura agora. Ou como se ela sempre tivesse sido a imatura e como se você tivesse perdido tanto tempo acreditando em suas “bobagens”. De fato, a mãe não sabe de todas as coisas como imaginamos quando pequenos. Mas descobrir verdades, conhecer pessoas e lugares novos, ter contanto com teorias, novas experiências, não nos dá o direito de desfazer daquela que foi nosso mundo por tanto tempo. Talvez você não saiba lidar com a situação e acabe reagindo da pior maneira. Mas, o fato é que ser mãe é ser iludida. Ponha-se no lugar dela por um instante e veja o quanto é difícil passar por essa mudança: você tem alguém todo seu e cada dia que passa ele parece depender mais e mais de você, daí quando você se acostuma com isso e praticamente se entrega por inteiro, subitamente essa pessoa se rouba de você e diz: eu sou de mim mesmo, eu sou de outros, não sou mais seu, não tenho parte contigo. A mãe cai da primeira para a última posição. A relação que antes era de confiança, passa a ser de rebelião. Perceba o quanto deve ser difícil para sua mãe também e tente entender se ela reagir da pior maneira. Mas, mesmo que ela contorne a situação e tente manter o equilíbrio, não desconsidere que ela sofre.
Não sei quantos vão entender essa reflexão, está um pouco bagunçada, mas é profunda. É uma idéia absolutamente nova pra mim, pelo menos na intensidade com que me veio à mente hoje. É mais pra mim mesmo do que pra qualquer outra pessoa...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas quando tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana."
(Carl Gustav Jung)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A lista

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

(Oswaldo Montenegro)

terça-feira, 10 de maio de 2011


De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
(Rui Barbosa)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tem um tempo que não consigo escrever nada para postar...

A primeira coisa que imaginei ser quando crescesse foi escritora. Meu tio me deu uma máquina de escrever na esperança que eu concretizasse o meu sonho. Cheguei mesmo a escrever um livro inteirinho um pouco depois quando meu pai já tinha um computador: A vida de Bill. Ainda cheguei à metade de outra criação: O jardim de Deus.
Depois pensei em ser analista de sistemas, jornalista, compositora, professora, advogada, contadora, psicóloga... rs. Mas, nunca abandonei a vontade de escrever um livro. Eu amava livros. Quando eu era pequena, lembro-me, passava horas dentro do quarto lendo. Já cheguei ao ponto de ler, em determinada semana, 22 livros por dia.
Era como um refúgio. Sentia-me facilmente rejeitada e subestimada na presença dos outros, principalmente quando eles se dirigiam ou se referiam a mim... E nos livros eu tinha meu escape. Era como um: “vocês vão ver só”. Nos livros eu me sentia inteligente, capaz, com um futuro brilhante pela frente. Não, não um futuro tão promissor, como vocês podem estar imaginando. Mas, um futuro todo planejadinho, onde eu fosse independente e autossuficiente (a palavra é feia, mas é assim que se escreve agora, rs), onde eu não precisasse de nenhum deles.
De tempos em tempos, eu tento escrever alguma coisa. Já consegui escrever um livreto e até publicá-lo, numa tiragem de um pouco mais de cinqüenta, eu acho. Esforce-se para viver era o título. Mas é como se eu engravidasse sem querer. E, de repente, chegasse a hora de dar à luz. Em outros momentos, quando quero e me esforço muito para começar uma carreira (rs), eu não consigo passar da primeira linha de texto. E me sinto muito impotente por isso.
Alguns dizem que escrevo bem. Talvez até eu lide satisfatoriamente com as palavras, mas não me sinto muito criativa hoje. Para escrever, eu precisaria, em primeiro lugar, de criatividade. Hmmm... Um muso inspirador... kkkk
Não necessariamente um amor, um homem, um namorado, eu diria. Mas, uma paixão por algo que soprasse fertilidade às minhas idéias. Uma paixão por algo que valesse a pena, que fosse verdadeiramente consistente e não se despedaçasse ante a investida de qualquer nova filosofia...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Glória da Manhã"

Plantei na frente da minha casa, uma trepadeira. Nome bonito: “Glória da Manhã”. Pensei que o ipê, que neste período do ano está triste e sem cores, se alegraria se o seu tronco cinza se cobrisse de flores azuis. E assim foi. As sementes germinaram rápidas, os ramos cresceram esguios e sinuosos, e a rua se encheu logo de uma cor nova...
Acho esta flor muito especial.
Primeiro, pela beleza. Simetria pentagonal, quase circular. Uma única pétala, em forma de cálice. E o azul claro, quase transparente. Ela se abre logo que o sol aparece. Daí o seu nome, “Glória da Manhã”.
Isso tudo é alegria. Walt Whitmann dizia que uma “Glória da Manhã” na sua janela lhe trazia mais prazer que todos os livros de filosofia. Com o que eu concordo. Porque aquela flor fala alguma coisa. Nós sempre conversamos...
Mas há uma tristeza: é efêmera. Lá pelas doze horas, quando o calor é mais intenso, começam a aparecer no azul sinistras estrias roxas, sinal de que o fim está chegando. Sua vida não dura mais que sete horas. Logo a pétala se enruga, murcha, enrola-se, torna-se toda roxa. Morreu. Nunca mais. Se o Vinícius a tivesse visto talvez tivesse mudado o seu poema: “Não é eterna, posto que é flor, mas é infinita enquanto dura...” Comove-me a sua tranqüila beleza pela manhã – sem saber que em breve estará morta. Ou saberá? Talvez seja por isto mesmo, por saber, que ela se abre com beleza tão intensa... Sabe que não há tempo a perder, que é inútil lamentar, que só lhe resta ser bela. Fico pensando se o mesmo não aconteceria conosco. Talvez, se percebêssemos que somos efêmeros como a “Glória da Manhã”, seríamos tão belos quanto ela. Mas a manhã seguinte nos reserva uma surpresa. Porque a trepadeira que viu morrer, na véspera, as dezenas de flores que a cobriam, já se havia preparado. E outras tantas se abrem de novo, ao nascer do sol, repetindo a mesma beleza, a mesma tristeza, como se fosse um tema que se renova sem cessar: vida e morte, vida e morte...
Gostaria de poder ser como ela: viver intensamente o momento que me é dado, fiel apenas à beleza que mora em mim.
Disse que plantei. Ela nasceu, cresceu, floriu. Acho que alegrou muitos que por ali passaram. Mas alguém se ofendeu com beleza tanta. E a arrancou. Tentei replantá-la, mas foi inútil. A vida, por vezes, é assim. Dado o golpe letal, ela não se recupera. Pensei nessa absurda assimetria entre a vida e a morte. A vida, para ser, leva tempo, demanda paciência, exige cuidados, há que se esperar. Mas a morte vem súbita e definitiva. Uma árvore leva anos a crescer. O machado a abate em poucos minutos. Espantou-me uma coisa inesperada: que ela continuou a florescer mesmo depois de cortada, por dois dias. Imaginei que o seu desejo de viver era de tal forma intenso que ela ajuntou a pouca seiva que restara nos seus ramos e floriu de novo, a mesma beleza, sem nenhuma mágoa, sem nenhum espinho. Lembrei-me do poema da Cecília Meireles:
“Sede assim – qualquer coisa serena, isenta, fiel. Flor que se cumpre sem pergunta”. A morte me entristeceu. Não a morte que acontece, depois de sete horas de vida, quando a flor já cumpriu o seu destino. Mas a morte que mora na alma dos homens. De que coisas não é capaz uma pessoa que destrói uma flor...
Mas não importa.
Guardei as sementes.
E já semeei de novo.
Em breve haverá uma outra “Glória da Manhã”, em volta do mesmo ipê.
É Domingo de Páscoa.
Triunfo da vida sobre a morte.
Um bom dia para semear uma flor...


(Tempus Fugit, Rubem Alves)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Ouro de Deus em Minha Mão

“No minuto em que iniciei minha sociedade com Deus, o negócio floresceu”, diz R. G. LeTourneau, fundador de uma companhia que fabrica máquinas pesadas para construção de estradas.
Ao entrar em sociedade com Deus, ele estabeleceu nos livros uma conta sob o título “O Tesouro do Senhor”, e colocou 90 por cento do estoque da companhia em nome do Senhor. LeTourneau colocou 10 por cento do estoque em seu próprio nome. Assim, ele guardava 10 por cento dos lucros para si, e dava ao Senhor 90 por cento. Por acaso a companhia foi à falência?
O sócio do Senhor tem isto a dizer acerca do caso: “No ano seguinte minhas vendas foram acima de 100 mil dólares. No segundo ano, 150 mil. No terceiro, mais de 200 mil. Depois, marcamos 400 mil. E continuou indo assim, em saltos e pulos. Em 1939, nossas vendas foram mais de 7 milhões; posteriormente, 40 milhões de dólares.
Olhando para trás, aos resultados de sua sociedade com o Senhor, declara: “Os dividendos de Deus têm subido a mais de 10 milhões de dólares.... Minha filosofia é muito simples. Gosto de desenhar maquinismos, ligar a força e ver como operam. Gosto também de falar ao povo acerca do poder do evangelho, e vê-lo operar em sua vida. Jesus esteve pronto a Se fazer pobre, para que por meio de Sua pobreza pudéssemos nos enriquecer. Não penso que meu cérebro fez todo esse dinheiro. Creio que o Senhor me tornou possível ganhá-lo, e estou apenas devolvendo a Deus o que Lhe pertence. Minha divisa é ‘Não quanto de meu dinheiro dou a Deus, mas quanto do dinheiro de Deus guardo para mim’. Assim, por todo êxito que tenho obtido, agradeço humildemente a Deus.” - Citado em O Ouro de Deus em Minha Mão, por Denton e Rebok, 1988.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O senso crítico não deve ser um fim em si mesmo. Antes, um dispositivo de proteção para a nossa alma. O senso crítico não deve te fazer acreditar que és um especialista em todas as coisas e que sabes, portanto, o defeito de tudo. Lembre-se: “o amor tem bons olhos”. É muito mais sábio aquele que procura com afinco as qualidades das coisas, mesmo das mais defeituosas.
Criticar com o fim de apenas criticar, ou de parecer inteligente a respeito do assunto te faz um chato, um inconveniente.
O senso crítico deve, principalmente, te permitir enxergar além das aparências e perceber a intenção “secundária” das coisas, não os seus defeitos; e isso com o fim primordial de proteger a sua mente do que possivelmente lhe fará mal.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Gosto disso.

O JARDIM DAS BORBOLETAS

Com o tempo você vai percebendo que
para ser feliz com outra pessoa,
você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquela pessoa que você ama
ou acha que ama, e que não quer nada com você,
definitivamente, não é a pessoa da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e,
principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar,
não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você..!


Mário Quintana

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O que estamos fazendo na igreja?

Este é um desabafo de uma amiga da IASD - Central de Salvador, em 23-08-2010. Vale a pena refletir...

"Esta pergunta tem em muito me intrigado durante algum tempo. E, principalmente, depois do Encontro Jovem. Comecei a refletir mais ainda sobre o que nos leva verdadeiramente a estar na igreja. Rever amigos, conversar, ver um bom programa, sair um pouco de casa, manter relações sociais ou estamos indo mesmo buscar a Deus? Sabemos o que é buscar a Deus? Temos nos relacionado com ele? Ou estamos acomodados achando que apenas o ato de ir a igreja todo o sábado, de vez em quando entregarmos um folhetinho, fazer um programa de Escola Sabatina ou J.A., ou participar de algum departamento vai nos levar ao céu?
Precisamos acordar, ser cristão não é isso. Temos que servir a Deus não apenas no sábado quando vamos à igreja, servir a Deus é algo contínuo. Em cada gesto, em cada palavra, temos que refletir o caráter dAquele que nos amou, nos ama e faz tudo pra nos salvar e nos libertar do pecado.
De que adianta estar todo bonitinho aos sábados, prestando atenção aos cultos (aqueles que ainda prestam alguma atenção) e durante a semana não falar com Deus, não abrir a bíblia, não orar, não ter atitudes de alguém que serve ao Deus Criador. Chegamos à faculdade, ao trabalho, não damos o menor exemplo. Quando as pessoas descobrem que somos cristãos, até se assustam. Será que temos dado bom testemunho?
Jesus está voltando, e nós estamos dormindo, acomodados ou, simplesmente, não estamos nos importando muito com isso. Alguns acham que as coisas que o mundo pode oferecer são mais legais e mais divertidas do que servir a Deus. Se eu posso ir a igreja, ter meu amiguinhos lá, e posso ao mesmo tempo, me divertir com as coisas do mundo, está muito bom assim. Mas não, não está. Será que não percebemos tudo o que Deus fez por nós? O quanto Ele nos ama e o quanto sacrificou para nos dar uma segunda chance? E o que damos em troca? Nada! Preferimos curtir essa vidinha aqui, fazer as coisas que aparentemente nos darão algum prazer. Mas, pra que prazer maior do que servir a Deus, sentir Sua presença e estar firme com Ele? Não há nada melhor que isso, não há prazer no mundo que supra a felicidade de estar verdadeiramente ao lado de Cristo. O problema é que alguns de nós ainda não descobrimos isso.
Se algum de vocês prestou atenção ao que falei no Encontro Jovem durante o debate, percebeu que não foi fácil, pra mim, conhecer a Deus. Nasci na igreja, como muitos de vocês, e ia por costume, por obediência aos meus pais e para encontrar meus amigos. Com muito custo, Deus usou uma amiga que me fez reconhecê–Lo, que me mostrou que Ele não é um Deus distante, que Ele pode falar comigo, que se preocupa de verdade com meus problemas por menor que eles sejam e que Ele me ama independente do quanto eu tenha errado. Conhecer a Deus é um processo, não é de uma hora pra outra que você se converte e nunca mais vai pecar. Mesmo depois que conhecemos a Deus, tendemos a cair, mas nem por isso devemos desanimar. Ele sempre estará ali a nos amparar, basta nos arrependermos e buscarmos a Ele cada dia mais. Se você ainda não tem um relacionamento verdadeiro com Deus, se não O conhece de verdade, ore a Ele, suplique por ajuda, seja sincero e fale que está disposto a servi–Lo e a amá–Lo... Com certeza, Ele irá te mostrar o caminho certo.
Enfim, isso aqui foi mais um desabafo, me deu vontade de escrever. Preocupo-me muito com os jovens de nossa igreja, nós somos a futura liderança, nós teremos que continuar o trabalho de Deus. Mas, para isso, temos que primeiro acordar e refletir no que realmente estamos fazendo dentro da igreja.
Temos que agir!!"

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Não há fim ao conflito do lado de cá...

Os que se tornam seguidores de Cristo verificam que lhes são inspirados novos motivos de ação, surgem pensamentos novos, devendo isso dar em resultado novas ações. Mas só podem fazer progressos por meio de lutas; pois há um inimigo que continuamente contende com eles, apresentando tentações que levem a alma à dúvida e ao pecado. Há tendências hereditárias e cultivadas para o mal que precisam ser vencidas. O apetite e a paixão devem ser postos sob o controle do Espírito Santo. Não há fim ao conflito do lado de cá da eternidade. Mas ao passo que há constantes batalhas a ferir, há também preciosas vitórias a ganhar; e o triunfo sobre o próprio eu e o pecado é tão valioso que nosso espírito não o pode apreciar.
Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 20.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa, dia após dia, e esperar resultados diferentes!"
Albert Einstein

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um amigo me disse...

Disse, certa vez, a um amigo que há um espaço no coração do ser humano destinado a Deus. É um vazio. Só que o ser humano, na agonia e desespero que a sensação de vazio provoca, tenta encaixar diversas outras coisas nesse espaço... Somente Deus é o encaixe perfeito... Porque fomos criados por Ele e para Ele.
Em outro momento, ele me disse que assim como há o espaço vital de Deus em nosso coração, há outros espaços periféricos, que tem seus valores essenciais.
É como se o ser humano, no seu interior, fosse cheio de compartimentos... O amor de mãe, de pai, de irmão, de amigo, de esposo, cada um tem um lugar distinto em nosso interior. Cada tipo de amor é necessário porque se encaixa perfeitamente em determinado compartimento dentro de nós e nos completa.
Deus é bom... Deus é sábio... E o maior propósito de Deus nesta terra, com os seres humanos, é restaurar os relacionamentos. Para isso, a primeira coisa que Ele fez foi, mesmo sendo O ofendido, tomar a iniciativa da reconciliação com o ser humano, através do Seu Filho - o caminho construído onde antes era só abismo, o caminho entre Deus e o homem... Assim, na medida em que o ser humano deixa suas reservas e se torna íntimo de Deus, vai aprendendo a amar os seus irmãos e se tornando completo.